Thursday, November 13, 2008

A luta perdida de um primeiro-ministro e de uma ministra

Não sei o que faz o primeiro-ministro pensar que o caminho certo para o ensino é o indicado pela sua ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Há muitos poucos exemplos em governos após 25 de Abril que um ministro tenha sido tão apoiado e defendido perante uma evidente queda em desgraça pública como esta ministra tem sido pelo actual primeiro-ministro.
O que se passa, pode considerar-se perfeitamente anormal, num contexto de elementar democracia e de bom-senso.
É incrível julgar que a grande massa de professores do país está enganada e que uma equipa ministerial, ou um governo, é que está certo e deve impôr a sua vontade contra de milhares e milhares de professores.
Agora até os alunos vêm esperar a ministra para lhe manifestarem o seu repúdio e desaprovação pela política que tem afectado ao ensino.
A arrogância assentou arrais no "reino de Portugal", e parece que o autismo é mais forte que o grito de cidadania.
O governo, e o primeiro-ministro, em particular, não vêem que a onda pública de protesto e desaprovação que corre as ruas e as praças de Portugal é imparável e só acabará quando for restaurado o respeito e a dignidade dos diferentes agentes do ensino, perdida por impiedosas chicoteadas de autocracia.
A maioria absoluta não pode servir para o "quero posso e mando" é preciso respeitar a maioria absoluta daqueles a quem se destinam as políticas.
Esta ministra do ensino já há muito deixou de ter condições políticas para dialogar com os professores e alunos, coisa que o primeiro-ministro teima em não querer ver, e, por isso, corre o risco de se afundar com ela.
Será que o primeiro-ministro ainda irá a tempo de repor a normalidade em todo este processo, ou será que quer ir até às últimas consequências?
Já falta pouco tempo para saber.