Wednesday, November 14, 2007

O MUNDO ESTÁ DOENTE

Ainda há pouco saímos de um dia de lembrança e saudade pelos nossos queridos familiares e amigos que já partiram.
De um dia que nos fez sentir desareigados de vaidade, arrogância, e inveja, tão pequeninos nos sentimos e tão frágeis.
Esse dia já lá vai, e só daqui a um ano é que voltaremos a sentirmo-nos com essa sensação estranha, mas triste, e assim será continuadamente uma vez por ano.
Agora, vamos entrar noutro dia. Num dia de reunião da família, num dia de calor humano e de esperança. O Natal.
Vamos brindar á vida, vamo-nos preparar mentalmente, para vencermos mais um ano com coisas alegres mas também com coisas tristes. Talvez mais tristes do que alegres. O Mundo está a ficar cada vez mais triste, com guerras, com mais pobreza, e com mais egoísmo.
O Mundo parece ter entrado numa espiral sem regresso, tal é a insensibilidade que sente pelos grandes problemas que afligem a Humanidade.
Hoje, os grandes problemas existem, porque as grandes potências do Mundo, as grandes organizações do Mundo, estão de costas voltadas para eles, estão mais interessados naquilo que lhes é imediato, naquilo que lhes pode dar ganho e fama.
Não sei onde isto vai parar, com tanta insensibilidade com tanta inclemência, com tanta brutalidade.
Os sinais, fruto de tanta estupidez, são imensos, mas nada se tem alterado, ou melhor, o que se tem alterado é infinitamente pequeno face aos males que surgem e vão atormentando a Terra e a Humanidade.
Será que o Homem ainda tem tantos e tantos Natais, assim, para comemorar e viver, ou será que, um dia, mais ou menos inesperado, e prematuramente, um manto de morte vai descer sobre a Terra.
Eu sei que esta linguagem não é simpática, mas há que falar verdade, há que, em todo o tempo, falar do colapso da Terra, que deixou de ser uma hipótese, para passar a ser uma probalidade.

Monday, November 5, 2007

A piscina que nunca existiu, mas que custa a desaparecer

Quando me levanto, todos os dias de manhã, da minha varanda, contemplo o espectáculo de pombas e de gaivotas pousadas nos materiais não realizados naquilo que se propunha ser uma piscina.
São largas centenas, talvez atraídas pela água que sempre empoça quando chove, que marcam comparência diariamente por não perceberem quando chove e quando não chove.
Para as pombas e as gaivotas existe, com certeza, uma piscina.
Mas para o comum dos mortais, a piscina, não existe e nunca existirá, restando, pois, que lhes varram a estupefacção e aborrecimento, sobre o que nunca tomou forma definitiva para ser.
É certo, que a amálgama de cimento que lá existe foi já à prova de eleições, e passou, mas quem sabe se a nota dessa prova não poderia ser bem melhor do que foi se tal amálgama nunca tivesse existido.
Sabe-se que há uma vontade muito grande de a remover, de transformar aquele espaço num local aprazível, mas o tempo passa e passa e nada de novo nos trás, a não ser a continuidade das pombas e das gaivotas.
Aquilo tal como está, é um postal ilustrado da Maia de muita má qualidade, é um postal para quem nos visita completamente contrário ao que de bom tem a Maia e se atesta fora dela.
Estar alguém hora e meia a ver um jogo de futebol no Estado Municipal Dr. José Vieira de Carvalho, com o Admastor da pisicina pela frente, reterá uma imagem tão desagradavelmente impressionante que tão cedo não lhe desgravará da memória.
Sabe-se que há problemas óbvios nos meios para a resolução, mas também é livre de pensar-se que atendendo à persistência da malignidade visual e urbanística que o caso constitui, o mesmo, pelo menos, mereceria uma terapia de choque com vista a erradicar de vez a imagem do "monstro" dos olhos de quem o vê.
Por mim dispenso a imagem enfadonha diária das pombas e das gaivotas e a visita repugnante que por vezes me fazem os mosquitos que evoluem das poças de água inquinada para o meu prédio bem situado em frente.
Eu sou, entretanto, um entre muitos que pensam e sentem desta forma.